Em 1998, a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos (National Academy of Sciences – NAS) publicou o guia para educadores intitulado “Teaching About Evolution and the Nature of Science“ (Ensinando Sobre Evolução e a Natureza da Ciência). A proposta era preparar os professores para o
doutrinamento ensino da teoria evolucionista nas escolas, de maneira que desde cedo os estudantes fossem expostos ao “conceito mais importante da biologia moderna” e que perguntas comumente feitas por estudantes “mal-avisados” pudessem ser respondidas sem maiores problemas.
Contudo, em 1999, o Dr. Jonathan Sarfati publicou “Refuting Evolution”, que, além de uma crítica direta ao guia recém-publicado pela NAS, é um chamado para um exame criterioso das afirmações evolucionistas tidas como “verdades científicas” da publicação do ano anterior.
Dr. Jonathan Sarfati é graduado em Química e obteve seu PhD em Físico-Química pela Victoria University Wellington, Nova Zelândia. Para aqueles que insistem em dizer que “não pode haver bons cientistas criacionistas”, vale ressaltar que Sarfati é autor e co-autor de papers para grandes jornais científicos, incluindo uma publicação sobre supercondutores de altas temperaturas (high-temperature semiconductors) na Nature quando ainda tinha apenas 22 anos. [Apenas como curiosidade: Sarfati foi campeão nacional de xadrez na Nova Zelândia, e representou aquele país em três Olimpíadas de Xadrez. Em 1988, a Federação Internacional de Xadrez o premiou com o título F.I.D.E. Master (FM). Desde então, ele regularmente aceita desafios de múltiplos jogadores, e os enfrenta enquanto está com os olhos vendados(!). Nestes embates, ele joga, de memória, simultaneamente com 12 jogadores.]
Se este currículo, seja acadêmico ou “esportivo”, não servir para que os evolucionistas considerem os estudos e considerações do criacionista Sarfati, não sei o que os motivará para tal. O que importa é que o criacionismo pode e tem sido muito bem representado na comunidade científica. É com este assunto que Sarfati abre seu livro, demonstrando que cientistas, sejam evolucionistas ou criacionistas, têm suas motivações particulares para o exercício da ciência; entretanto, os dados e fatos devem ser corretamente interpretados, de maneira que a verdade dos fatos não seja encoberta (ou até mesmo deturpada) em prol desta ou daquela filosofia. Na pág. 15, ele argumenta:
“While creationists are often criticized for starting with a bias, evolutionists also start with a bias, as many of them admit. The debate between creation and evolution is primarily a dispute between two world views, with mutually incompatible underlying assumptions.”
Na pág. 17:
“It’s not really a question of who is biased, but which bias is the correct bias with which to be biased!”
De fato, como já explorado neste blog (clique aqui e aqui), criacionismo não é sinônimo de ignorância científica, ou o evolucionismo de falta de fé.
Feitas as considerações iniciais, Sarfati parte para o campo mais prático e técnico das afirmações levantadas em “Teaching About Evolution and the Nature of Science”, apresentando os contra-argumentos para as áreas exploradas na obra.
A primeira discussão é sobre o real papel da seleção natural no processo evolutivo, além da importante diferenciação entre macroevolução (particles-to-people) e microevolução. Uma vez que para cada um de seus tópicos “Teaching About Evolution and the Nature of Science” oferece algumas ditas “evidências” da evolução, Sarfati se encarrega de refutá-las, sempre usando da boa ciência, que zela pela observação (experimentação) e modelagem (matemática, sempre que necessário) corretas. Fica evidente que certas “evidências” da evolução como os tentilhões de Darwin, supostos fósseis transicionais e supostos parentescos entre espécies (a evolução dos dinos para os pássaros, por exemplo) estão, na verdade, longe de serem indiscutíveis.
Falando em pássaros, o capítulo 4 trata deste tabu que, além de estranho aos olhos de qualquer criança, é anti-científico. Além das evidências de design inteligente, tanto para os dinossauros e répteis atuais como para os pássaros, fica clara a falta de harmonia e a controvérsia dos próprios evolucionistas sobre a questão. De fato, Alan Feduccia, autoridade mundial em pássaros da University of North Carolina, e que é evolucionista, afirma sobre a possibilidade dos pássaros terem evoluído dos dinos (pág. 61):
“It’s biophysically impossible to evolve flight from such large bipeds with foreshortened forelimbs and heavy, balancing tails.”
Além de também demonstrar problemas curiosos como as diferenças absurdas entre escamas e penas – processo necessário para a evolução de répteis para pássaros -, detalhes sobre a suposta evolução do homem também são discutidos.
Desde a genética até o registro fóssil, os evolucionistas não têm obtido sucesso em comprovar a suposta evolução do homem e seus vários hominídeos. Pior ainda são as várias peripécias de alguns desesperados, como o caso dos diagramas de embriões de Ernst Haeckel. O mais incrível é que mesmo tendo sido definitivamente refutata em 1997, a tese absurda de Haeckel apareceu no ano seguinte em “Teaching About Evolution and the Nature of Science”, como se fosse algo irrefutável para a teoria da evolução. Seria isto comprometimento sério com os estudantes?
Em Astronomy, o cap. 7, Sarfati apresenta os problemas da teoria do Big Bang e evidências que a astronomia apresenta para um universo criado e um sistema solar relativamente jovem. Falando em juventude, no cap. 8 são apresentadas evidências científicas (sem citar as bíblicas) para uma terra jovem, desfrutando de seus máximos dez mil anos (o que também não é absurdo para o criacionismo).
Talvez uma das maiores evidências científicas para o design inteligente, Sarfati apresenta, no cap. 9, a legitimidade do argumento criacionista à luz da bioquímica e genética, de forma que informação implica em Informante, e que a complexidade específica (specified complexity) jamais poderia advir do acaso. Para finalizar, em Conclusion, o autor reapresenta, em pequenos blocos de resumos, o discutido ao longo do livro, o que permite reafirmar os conceitos apresentados e relembrar aspectos importantes que pedem uma releitura mais atenta.
Entretanto, ao final, confesso que o que mais impressiona é a persistência da mídia popular em apresentar argumentos pró-evolução refutados à mais de 15 anos pela própria ciência, além do encobrimento de evidências gritantes do contrário: de que, ao que a ciência indica, a vida na Terra e o Universo são, de fato, fruto de uma Mente Superior.
Jônatas Duarte Lima
Ficha Técnica
“Refuting Evolution”
Dr. Jonathan Sarfati
Idioma: Inglês
Páginas: 140
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