Plante em 1859, colha em 2015

bandeira-gay-620x4261Em 1859, Charles Darwin publicou sua obra “Origem das Espécies”. Em 2015, mais precisamente no dia 26 de junho, a Suprema Corte dos Estados Unidos da América aprova o “casamento” gay em todo aquele país. Por mais estranho que possa parecer, as datas estão correlacionadas.

Já têm sido apresentadas, há tempos, as insuficiências científicas da teoria da evolução (veja, por exemplo, este, este e este post). Seus graves enigmas e insucessos experimentais têm sido revelados e desafiados por descobertas nos campos da geologia, arqueologia e, principalmente, da bioquímica, além de muitos outros campos de estudo. Entretanto, suas implicações filosóficas e, por consequência, morais têm sido de longe a maior epopeia destes últimos 156 anos. A questão é que, ainda que poucos saibam ou percebam, a teoria da evolução tem sido apregoada como verdade científica por tantos anos, sobretudo da mídia popular, que, inconsequentemente, suas implicações filosóficas têm se infiltrado nos meios de entretenimento, no sistema educacional e, finalmente, no Estado (e até mesmo na Igreja).

A teoria evolucionista anda de mãos dadas com o naturalismo filosófico, da ideia materialista de que nós, seres humanos pensantes, somos apenas e tão somente resultado do acaso, do agrupamento milagroso de átomos que, por fim, resultaram no que vemos hoje. Ao passo que tal conceito, ainda que amplamente discutido no meio científico, tenha sido consciente – e até inconscientemente – permeado sob a bandeira de “verdade científica” para os povos, é inevitável que questionamentos sejam feitos pelos seres humanos pensantes. Afinal, sendo um amontoado de átomos, resultado do acaso, não haveria, em última instância, real motivação para evitar-se o roubo, o assassinato, a mentira ou o adultério. Todos esses “pecados” seriam, sob a luz da “revelação científica da evolução”, apenas fruto da consciência humana que, aliás, também teria evoluído ao longo de milhões de anos para garantir o “bem comum” (por menos razões e evidências que haja para isso).

Uma vez fundadas as bases para a relativização da moralidade (pois, sob a ótica evolucionista, eu faço o que quero e sem restrições, afinal, sou apenas um átomo incrivelmente desenvolvido), também são fechadas as portas da felicidade, liberdade e esperança. São substituídas pelo prazer, “predestinação” e depressão. A filosofia, em seu sentido amplo, é inútil, uma vez que a visão de mundo materialista elimina o real valor intrínseco do ser humano e sua necessidade de conjecturar e pesquisar a respeito da realidade ao seu redor. Em última análise, a vida não mais tem sentido e nossas ações são delimitadas pelas nossas vontades, sem uma referência externa e superior. Por fim, o conceito de Deus é colocado em cheque e, junto, a Bíblia. Com a Bíblia, são lançados por terra seus preceitos morais – e éticos – objetivos como o amor ao próximo (Levítico 19:18), a honra aos pais (Efésios 6:1-3), o respeito ao governo (Mateus 22:17-21) e o casamento (Gênesis 2:22-25; Mateus 19:4-6; Efésios 5:22-33).

Já publiquei alguns artigos sobre homossexualidade (clique aqui, aqui e aqui). Porém, foco aqui nos aspectos práticos da questão, por conta da grande repercussão dos acontecimentos das últimas horas.

As redes sociais estão fervendo de mensagens em apoio à decisão da Suprema Corte norte-americana, de forma que o amor e a liberdade são os escudos contra os críticos religiosos-fundamentalistas. O amor entre dois homens ou duas mulheres pode, finalmente, ser reconhecido publicamente e usufruir dos direitos que antes só os heterossexuais obtinham. Contudo, pensando apenas sob o ponto de vista lógico, o homossexualismo não faz sentido e muito menos seus motivos alegados para sua “legalização”.

Ao passo que apenas em um mundo sem uma moralidade objetiva, que transcenda as vontades humanas e dê o norte para as ações de cada um, é totalmente arbitrário e contraditório afirmar que “você não pode ser contra os homossexuais, é injusto!”. Esta afirmação em si revela a compreensão transcendental do direito à justiça que, para todos os efeitos, precisa ter um referencial de justiça absoluto. É como se óculos usassem uma visão perfeita como referência (apenas para usar de uma metáfora). Logo, para uma sociedade doutrinada pela filosofia naturalista, regida pelo “fato da evolução”, é inconcebível que as pessoas (dentre elas os religiosos) se oponham à prática homossexual, ainda que isto seja, para a própria visão de mundo naturalista, uma grande controvérsia (lógica). Sem a admissão da existência de uma lei moral, é impossível afirmarmos ou sabermos o que é certo ou errado.

“Não é surpresa que o casamento esteja sob ataque hoje, uma vez que sua fundação no Gênesis tem sido destruída pelo dogma da evolução.” – Dr. Jason Lisle

A liberdade é outra a ser atacada. Afirmações de que “cada um deve ser livre para fazer o que quiser” implicam, também, na suposta existência do conceito de liberdade. Porém, isto não ocorre na filosofia naturalista, pois, nela, estamos todos fadados ao mesmo fim. Liberdade requer, primariamente, opção de escolha, sendo a escolha pela melhor opção o real exercício da liberdade. Em um mundo evolucionista não há “melhor”. Há qualquer coisa.

Portanto, a única forma de ser um homossexual coerente é (1) ser evolucionista e (2) pressupor a inexistência de Deus. Mas a ciência e a (boa) filosofia não apoiam nenhum dos requisitos. A ciência tem apresentado desafios insolúveis para a teoria da evolução (e apresentado evidências para um Designer Inteligente) e a filosofia naturalista já revelou suas inconsistências há tempos. Logo, a opção e apoio à empreitada homossexual do mundo não está no campo racional e, sim, no emocional. A vontade das pessoas de simplesmente fazerem o que querem, sem restrições, elimina substancialmente sua vontade (e possibilidade) de conhecer a verdade.

Assim, uma vez que os cristãos afirmam que Deus existe e que a verdade é apresentada na Bíblia, que por sua vez condena a união homossexual, a polarização está feita. Porém, como o evolucionismo tratou de por em cheque a literalidade dos relatos do Gênesis quanto à criação sobrenatural divina, não haveria, também, motivos para entender o casamento como uma instituição de Deus no Jardim do Éden que, a essa altura, é também apenas mais uma lenda. Se o Gênesis é lenda, a evolução um fato e o naturalismo uma constatação, os salmistas, profetas e apóstolos são apenas charlatões homofóbicos (vale aqui ressaltar o alto nível de contradição e fragilidade a que as igrejas que aceitarem realizar cerimônias homossexuais serão submetidas).

A Bíblia, porém, é repleta de mensagens de advertência e amor aos homossexuais. Por não precisar de evidências científicas ou de reflexões filosóficas acerca de Deus (pois as pressupõe), ela apresenta as implicações diretas do estilo de vida homossexual. Ela, sim, apresenta o amor de Deus pelo homossexual, enquanto ser humano de valor, e não apenas como objeto da “onda” ideológica do momento ou de interesses políticos.

Talvez, a grande peregrinação para o homossexual seja de cunho racional, intelectual. Enquanto que suas vontades são produto de caráter emocional e psicológico, reflexões acerca da verdade e moralidade absolutas são importantes para sua busca pela felicidade. Se o comprometimento com o conhecimento da verdade existir, há possibilidades reais do abandono deste estilo de vida que é cientificamente comprovado nocivo e filosoficamente controverso.

A conclusão imediata é que, definitivamente, o mundo não enxerga mais o casamento como instituição divina, e foi rebaixado a uma convenção cultural (ainda que universal). Seu objetivo primordial, que é a concepção da família e a complementaridade física e psicológica (homem e mulher), tem sido pisoteado. O pior é que já conhecemos o final da história (Gênesis 19:1-25). Oremos pelos homossexuais, vítimas do pecado, como nós (João 8:1-11; 6:35-40).

Jônatas Duarte Lima

1 comentário Adicione o seu

  1. Renan disse:

    muito bom

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