[O CMI publicou uma resposta muito útil dada a um leitor sobre o ensino do evolucionismo nas escolas. Confira abaixo a tradução livre do artigo.-JDL]
Quatro passos para sobreviver nas aulas de evolução no Ensino Médio
A pergunta de hoje vem de RL, da Austrália, que pergunta sobre como se portar em suas aulas de evolução no Ensino Médio.
RL pergunta:
Nós estamos aprendendo sobre evolução na escola (décimo ano – ciência), e gostaria de algumas perguntas rápidas e eficazes para que possa fazer meu professor/a pensar. Atualmente estamos aprendendo sobre adaptações, genes e DNA. Talvez algumas perguntas sobre os animais que têm partes estruturais e funcionais, que os ajudam a sobreviver em seus ambientes. Meu professor também tem falado sobre ‘seleção natural’, e não sei bem como responder a isso. Ele também acredita que todos os animais evoluíram dos animais marinhos. Ele nos perguntou por que pensamos que eles decidiram virar animais terrestres. Ele também tem mencionado sobre a forma de todos os animais e como isso os ajuda a sobreviver.
Dr. Tas Walker responde:
Prezado RL,
Uma de minhas netas também teve que aprender sobre evolução no décimo ano. Na verdade, as ideias evolucionistas são ensinadas desde os primeiros anos, ainda que não sejam tão óbvias. Quando os jovens encaram estas ideias pela primeira vez, isso pode ocorrer de maneira chocante e preocupante. Dei à minha neta quatro conselhos para ajudá-la a sobreviver e prosperar em seus estudos. Irei mencioná-los para você também.
1. Lembre-se que eles estão apenas te contando uma história
Quando seu professor diz coisas como “todos os animais evoluíram dos animais marinhos” você precisa se lembrar de que ele/ela apenas está te contando uma história. Não permita que isto te preocupe. Lembre-se que ciência é baseada em observação, e essas histórias não foram observadas. Isto é algo que você deve afirmar a si mesmo. Então, não fique preocupado, estressado ou confuso.
Lembre-se que há duas histórias básicas para explicar como este mundo e tudo o mais vieram a existir.
A primeira é a história relatada na Bíblia. Um esboço dos eventos é:
– A Criação em seis dias, cerca 6.000 anos atrás,
– a queda do homem,
– o Dilúvio, cerca de 4.500 anos atrás,
– a Torre de Babel, por volta de 200 anos depois do Dilúvio,
– o chamado de Abraão e a história de Israel,
– a vinda de Cristo,
– o nascimento e expansão da Igreja, trazendo aos nossos dias.

O ponto chave é que os eventos relatados na Bíblia são históricos, o que significa que são baseados em testemunhos oculares de pessoas que estavam presentes e viram as coias acontecerem.
A segunda história, que é ensinada no ensino médio da sua escola, é a evolução. Um esboço dos eventos é:
– O Big Bang, seguido do início da volução cósmica, a uns 14 bilhões de anos,
– formação da Terra a uns 4.500 milhões de anos e sua subsequente evolução geológica,
– a origem da vida, a uns 3.500+ milhões de anos,
– a evolução biológica: peixes para anfíbios para répteis para mamíferos para macacos para homens,
– evolução humana: macacos para homens,
– evolução cultural: os seres humanos como os caçadores, agricultores, construtores, artistas, invenção da religião, civilização.

O ponto chave da segunda história é que estes eventos não foram observados. Ninguém viu tais eventos acontecerem. Cada detalhe desta história foi inventado por pessoas que não estiveram lá. E o propósito desta história é explicar as coisas por meio de processos naturais. Deus e a Bíblia são banidos da história.
Assim, quando seu professor ou os livros disserem que todos os animais terrestres evoluíram dos animais marinhos, etc., apenas se lembre de que estão contando uma história. E a razão para que contem a história desta maneira é por que eles têm que explicar os animais sem Deus. Isto significa que os animais terrestres tiveram que evoluir através de pequenas mudanças de outros animais durante milhões de anos. Assim, de acordo com o pensamento deles, a primeira célula viva não poderia ter surgido num ambiente terrestre, teria que ter surgido no oceano. Então eles concluem que a vida precisaria ter surgido no oceano e eventualmente veio para a terra.
Isto é apenas uma história montada pela lógica humana, presumindo que a Bíblia não é verdade e que Deus não existe.
2. Não sinta que você precisa provar que a Criação é verdade
Outra forma de dizer isto é “não ponha sobre você o peso da prova”. Isto trará todo o stress para sua vida. Você não precisa se sentir responsável para fazer algo que você não se sinta preparado para fazer.
Você não precisa provar que eles estão errados. Nem precisa provar que você está certo.
Por exemplo, imagine quando seu professor diz que “todos os animais evoluíram dos animais marinhos”. Não é uma boa ideia dizer “eu não acredito nisso por que eu creio na Bíblia”. Ele/ela irá desmerecê-lo por ser religioso. Então, ele/ela irá humilhá-lo dizendo que a evolução é baseada em fatos e evidências, mas que sua religião é baseada na fé. Portanto, não diga que você não aceita a evolução por acreditar na Bíblia.[1]
Em vez disso, enfoque na evidência. Apenas diga coisas como: “você poderia me dar alguma evidência disso?”, ou “eu não quero aceitar essas afirmações apenas pela fé”, ou “isso não faz sentido para mim”, ou “eu não acho isso convincente”.
E quando eles tentarem dar evidências, pense sobre o que dizem e pergunte mais sobre a evidência, como discutiremos na próxima seção (Ponto 3).
Estas são os tipos de perguntas que você pediu em seu e-mail – perguntas rápidas e eficazes que possam fazer seu professor/a pensar. Veja que, ao você se engajar em um assunto como este, seu professor ficará impressionado por você refletir e entender o assunto, e esta poderá ser a primeira vez que ele/ela terá sido perguntado sobre apresentar evidências.
Então, desenvolva a prática de perguntar sobre evidências e as interpretações apresentadas pelo seu professor e os livros. Isso o colocará no controle da situação.
3. Pergunte a si mesmo: “O que eles viram?”
É preciso que você pense sobre o que está sendo apresentado na classe, e tenha cuidado para não recusar tudo que seu professor e livros disserem. Embora eles venham a te apresentar muitos absurdos evolucionários, eles também apresentarão muitas informações boas. É necessário aprender a distinguir entre fato e crença.
Você separa fato de especulação perguntando: “o que eles viram?”. Outra maneira de questionar é “quais as evidências para isso?”. Ciência é baseada em observação, então o que você requer são apenas evidências científicas. Em uma aula de ciências, quem poderá criticá-lo por isso? Você pode perguntar-se à medida que lê os livros ou enquanto seu professor apresenta a aula. Isto irá esclarecer o assunto em sua mente. Ou pode, ainda, perguntar ao seu professor ou aos colegas estudantes. Isto irá capacitá-lo para resolver a informação confusa que é apresentada a você.
Exemplificando: o professor poderia apresentar-lhe uma imagem de um fóssil de um peixe com longas nadadeiras, e dizer que ele viveu 300 milhões de anos atrás e evoluiu para um animal terrestre, uma vez que passou a andar sobre suas longas nadadeiras.
Você se pergunta: “O que eles viram?”
– Eles viram o peixe. Podem dizer aonde o encontraram. Observaram a aparência do peixe, e a forma de suas nadadeiras.
– Mas o peixe não tinha uma etiqueta dizendo “300 milhões de anos de idade”. Assim você pode saber que a data que atribuem não é baseada em observações, mas em suas crenças.
– Também não viram o peixe andando sobre suas nadadeiras, o que também é especulação.
– Também não viram o peixe sair do ambiente marinho para o terrestre, o que também é invenção.
Essa pergunta é poderosa e irá ajudá-lo a discernir entre o que é fato e especulação. É algo que poderá ser usado em suas discussões com o professor e seus amigos.
4. Continue aprendendo e mantenha-se informado [ver nota ao final]
Ao deparar pela primeira vez com a evolução em suas aulas você provavelmente saberá muito pouco sobre isso. Seu professor conhecerá muito mais e terá muito mais experiência que você. Entretanto, usando as estratégias acima você estará apto a sobreviver e ser confiante. Mas é preciso que você cresça e se desenvolva. Sempre haverá novos tópicos e perguntas para enfrentar, o que significa que você irá precisar continuar aprendendo. O Creation.com poderá ser muito útil. Você poderá pesquisar no sistema de buscas os temas em estudo apresentados pelo seu professor e livros.
Você poderá facilmente encontrar artigos ao pesquisar por palavras-chave, que no seu caso seriam: adaptações, genes, DNA, seleção natural, similaridades entre animais, etc. Em uma discussão, se você não souber uma resposta, sempre poderá dizer “farei uma pesquisa e voltaremos a conversar”. É praticamente certo que você encontrará algo sobre o assunto no Creation.com, o que poderá ser impresso e entregue à pessoa que você estiver conversando.
Um livro que poderá ajudar é Refuting Evolution, de Jonathan Sarfati. Trata exatamente dos assuntos apresentados no Ensino Médio.
Obrigado pelo e-mail. Desejo o melhor em seus estudos.
(Dr. Tas Walker, Creation Ministries International)
Nota do texto:
- É verdade que não cremos na evolução por esta contradizer a Bíblia. Porém, também é verdade que a evolução é contrária às evidências científicas. Você não está sendo sorrateiro ao não mencionar a Bíblia, uma vez que a crença deles na evolução também é apoiada pelo que acreditam sobre a Bíblia. Ou seja, eles creem na evolução por não acreditarem na Bíblia. Será mais fácil para você evitar os aspectos filosóficos envolvidos aqui. Primeiro, eles não os compreenderão, e segundo, eles podem se agarrar a qualquer chance para desmerecê-lo.
Nota do EF: Em complemento ao Ponto 4, realmente o Creation.com é uma ótima fonte de artigos gratuitos de diversos tópicos, e Refuting Evolution é um livro excelente. Entretanto, ambos estão disponíveis apenas em inglês. Se você está no Ensino Médio, acredito que ótimas fontes de informação (em português) são o site Criacionismo.com.br e os livros A Descoberta (que contextualiza a controvérsia criação x evolução e apresenta vários argumentos e discussões através de uma história fictícia muito interessante) e A História da Vida (um texto jornalístico crítico). Um livro que pode apresentar as questões filosóficas de maneira um pouco mais clara e não menos completa é A Morte da Razão, de Ravi Zacharias.