[Comentários em colchetes e grifos em negrito. Nota ao final.]
O que faz um animal ser classificado como cobra? Os fósseis mais antigos [ver nota] de cobras já registrados estão forçando os pesquisadores a reconsiderar essa pergunta.
Durante muito tempo os paleontologistas consideraram as patas um fator determinante ao diferenciar cobras de lagartos: os últimos as possuem enquanto as primeiras, não.
Em um artigo publicado no periódico “Nature Communications”, cientistas descreveram quatro fósseis recém-descobertos de 140 milhões a 167 milhões de anos. Pensava-se que dois deles fossem lagartos. Todavia, eles acabam de ser classificados como cobras devido à forma em que os ossos do crânio e da mandíbula estão estruturados. De acordo com os pesquisadores, o desenvolvimento dessas características ocorreu antes da ausência de patas[sic].
“O desenvolvimento do crânio e os mecanismos de alimentação provavelmente compeliram as cobras à evolução. A ausência de patas veio depois”, afirmou Michael Caldwell, paleontologista da Universidade de Alberta e principal autor do estudo.
Os fósseis não possuíam um conjunto de ossos na parte superior da mandíbula que os unisse ao resto do corpo como ocorre com os lagartos, afirmou Caldwell. É a ausência dessa conexão que faz com que a cobra consiga uma abertura da boca maior que sua cabeça.
Todavia, o cientista afirma estar quase certo de que, tendo em vista partes das vértebras, esses antepassados das cobras andavam sobre quatro patas.
Influenciando a sede dos camundongos
Pesquisadores descobriram um circuito presente no cérebro de camundongos que controla a sede. Caso seja ativado, o camundongo continuará bebendo não importa quanto já tenha bebido. Caso seja desativado, o animal para de beber água.
Publicadas na revista Nature, as descobertas sugerem que o órgão subfornical ou OSF – uma parte incomum do cérebro que se acredita ajude a regular o apetite e a reter líquidos – possua uma nova função.
Ao contrário da maioria das regiões do cérebro, o OSF está localizado fora da barreira hematoencefálica, o que faz com que seja bastante irrigado pela corrente sanguínea. Biólogos da Universidade Columbia questionaram se isso significava que o OSF podia determinar quando a hidratação era necessária.
Para descobrir isso, eles introduziram uma proteína sensível à luz no OSF dos camundongos, que contém dois conjuntos de neurônios (excitatório e inibitório). Em seguida, com o uso de um laser, os pesquisadores conseguiram desativar e ativar os neurônios.
Quando os neurônios excitatórios foram ativados, os camundongos beberam com avidez por períodos prolongados, consumindo até oito por cento do seu peso corporal em água. (Os camundongos não demonstraram interesse por outros fluídos.) Quando os neurônios inibitórios foram ativados, os camundongos reduziram o consumo em até 80 por cento.
O resultado sugere que o OSF atua como um “sensor sanguíneo” interno, afirmou Yuki Oka, principal autor do estudo.
“Acreditamos que o OSF seja um tipo de ‘língua’ do cérebro. Como está exposto à corrente sanguínea, sua localização lhe permite monitorar a situação interna”, afirmou Oka, que hoje está no Instituto de Tecnologia da Califórnia.
Fonte: UOL Ciência
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Nota do EF: Bom, vamos por partes.
Sobre as cobras: O consenso entre os evolucionistas quanto a “evolução das cobras” está longe de acontecer. Para citar apenas um exemplo, o renomado biólogo da Bristol University, Michael Benton, é enfático ao dizer que realmente “o debate está longe de ser resolvido”[1]. Não que ele (e outros, v. ref. 2) esteja “jogando a toalha”, mas, sim, que nada ainda permite que eles (evolucionistas) segurem o osso neste assunto. Dentre os principais problemas, está o fato de que fósseis de “cobras transicionais” simplesmente não existem – como qualquer outro organismo da “macroevolução” – e, como sempre, só há teorias e teorias[2]. Na matéria do UOL, a descoberta poderia ser interpretada de pelo menos duas maneiras por um darwinista: (1) este fóssil “demonstra” a transição de lagarto->cobra, ou (2) simplesmente poderia ser um “passo” evolutivo do próprio lagarto. Tudo bem que a lógica utilizada pelos pesquisadores sempre tenta induzir a macroevolução, todavia, numa análise simples e sem precisar conhecer biologia, pode nos levar a outras teorias bem possíveis (possíveis para os evolucionistas). Se relermos o texto, podemos criar e criar teorias [macro]evolucionistas sem qualquer base científica. Veja que em nenhum momento foi citada a vantagem evolutiva em a cobra simplesmente “perder as patas”. Imagino a conversa: “Encontramos características interessantes no crânio; mas, opa, tem patas? O que fazemos com elas? Já sei, joga fora e diz que este bicho virou…cobra!”. Seria bem mais bonito atribuir a uma espécie extinta. Ou qualquer outra coisa (afinal, somos evolucionistas!).
Sobre os camundongos: A parte sobre os camundongos na matéria quase soa como um “Você Sabia?”. É interessante, aliás, notar o uso da frase “…nova função”, no segundo parágrafo. Longe de um problema de interpretação de texto, das duas uma: ou eles acreditam na evolução recém-detectada do OSF, ou simplesmente confessam a descoberta de um sistema já [pré]existente. Óbvio (espero que seja) que a segunda opção é a mais razoável e plausível. A identificação de um sistema de sensoriamento tão vital e perfeito, pelo menos do ponto de vista de engenharia, demonstra a chave “tecnológica” necessária para que os ratinhos se mantenham bem hidratados. Mas eu me pergunto: se eles afirmam que “caso seja desativado, o animal para de beber água”, quem veio primeiro: o sensor (OSF) ou o rato sem-sensor? O nó continua… [JDL]
Referências
- Benton, M. 2015. Vertebrate Paleontology. Malden, MA: Wiley Blackwell, 252.
- Sherwin, Frank. “Snakes Have Aways Been Snakes”, http://www.icr.org/article/8631. 2015.