Como a verdade é revelada?

natureza1O meu principal livro de estudo atualmente é o célebre “Não Tenho Fé Suficiente Para Ser Ateu”, dos Drs. Norman Geisler e Frank Turek, apologetas de renome internacional.

A espinha dorsal do livro segue as doze proposições básicas do argumento geral da fé cristã. Entretanto, no capítulo 8, “Milagres: sinais de Deus ou enganação?”, os autores apresentam um resumo dos meios e uma definição sobre as formas que a verdade (i.e, Deus) pode ser revelada, muito interessante. Compartilho um trecho da página 202:

“Até aqui, nossa imagem coerente nos mostra que a verdade existe e que pode ser conhecida. Qualquer negação da verdade pressupõe a verdade, de modo que a existência da verdade é inevitável. Embora não possamos saber a maioria das verdades absolutas devido à limitação humana, podemos conhecer muitas verdades com um alto grau de certeza (i.e, ‘ainda que haja uma dúvida justificável’). Uma dessas verdades é a existência e a natureza de Deus. Com base nas linhas de evidências que revisamos – os argumentos cosmológico, teleológico e moral -, podemos saber, ainda que haja uma dúvida justificável, que existe um Deus teísta com determinadas características.”

O trecho acima resume os 7 primeiros capítulos do livro que, até então, se atentou para averiguar os temas da (a) existência da verdade, verdade absoluta, (b) argumento cosmológico (i.e, projeto cósmico, princípio antrópico, etc.), (c) argumento teleológico (i.e, evidências do projeto inteligente e deficiências da teoria darwinista) e (d) argumento moral (i.e, moralidade objetiva e universal).

Com base nestes argumentos propriamente ditos, e que com certeza serão largamente explorados neste blog (clique para acessar dois posts sobre moralidade e argumento teleológico), os autores concluem que o Deus teísta existe. O mais interessante e que destaco aqui é o trecho abaixo, da página 203:

“[…] o Deus teísta que descobrimos é compatível com o Deus da Bíblia, mas nós o descobrimos sem usar a Bíblia. Mostramos que, por meio do raciocínio, ciência e filosofia adequados, pode-se conhecer muitas coisas sobre o Deus da Bíblia. Na verdade, isso é o que a própria Bíblia diz (e.g Salmos 19; Romanos 1:18-20; 2:14,15). Os teólogos chamam essa revelação de Deus de natural ou revelação geral (que é claramente vista independentemente de qualquer tipo de Escritura). A revelação das Escrituras é chamada de revelação especial.”

As definições apresentadas pelos autores me agradaram muito, sobretudo quando apresentado o respaldo bíblico quanto à revelação natural Divina, isto é, pelos meios naturais, sejam da natureza (i.e, criação) ou do homem (i.e, moralidade, consciência). Aproveito para apresentar dois dos textos bíblicos citados por eles:

“Portanto, a ira de Deus é revelada do céu contra toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade pela injustiça, pois o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis;[…]” Romanos 1:18-20

“De fato, quando os gentios, que não têm a lei, praticam naturalmente o que ela ordena, tornam-se lei para si mesmos, embora não possuam a lei;
pois mostram que as exigências da lei estão gravadas em seus corações. Disso dão testemunho também a consciência e os pensamentos deles, ora acusando-os, ora defendendo-os.” Romanos 2:14-15

Desta forma, vemos claramente que estão implícitos nos textos bíblicos os argumentos cosmológico e teleológico (Romanos 1:18-20) e o argumento moral (Romanos 2:14,15).

Ou seja, a Bíblia, e neste caso específico o apóstolo Paulo, corroboram com a ideia de que o conhecimento do Deus teísta não demanda necessariamente (ou apenas) do conhecimento das Escrituras (i.e, Bíblia), de forma que a natureza (criação) e a consciência (moralidade) são suficientes para evidenciar e comprovar que Deus existe (Rm 1:18-20) e qual sua vontade (Rm 2:14,15).

Sobre a Bíblia e sua veracidade, explorarei em novos posts em breve.

Jônatas Duarte Lima

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